Galeria do SESC abre temporada de exposições em grande estilo

07/04/2011 às 00:00 por Viviane Franco

A capacidade de surpreender do artista Beto Lima foi opinião quase que unânime dos colegas de profissão. Na exposição intitulada "Cores e Luz", as cenas cotidianas e a representação de igrejas maranhenses encantaram a todos os visitantes que contemplaram o artista no lançamento da exposição na Galeria do SESC. Esta é a primeira vez que a Galeria realiza uma exposição do artista que em 16 anos de carreira tem trabalhos divulgados no Brasil e no exterior, com telas vendidas para apreciadores da sua arte na Itália, França, Holanda e Suíça.

"Há muito tempo tínhamos o projeto de expor as obras do artista Beto Lima, mas a oportunidade não havia surgido porque ele viaja muito para a Europa", explicou Betânia Pinheiro, coordenadora da Galeria do SESC.

No intuito de evitar esse tipo de imprevisto, o pintor Beto Lima antecipou a comemoração dos 400 anos de São Luís, pois em 2012 ele estará realizando uma exposição na Itália, um dos países onde o artista tem muitos apreciadores da sua arte, seguido pela França, Holanda e Suíça. "Lá é onde eu sou mais famoso e aproveito para levar o Maranhão para Itália não só nas obras, mas em objetos como o pandeirão, a matraca entre outros", contou.

Composta de 15 trabalhos em óleo sobre tela e espátula, apenas uma não é cena maranhense, a tela intitulada "Saudade", em que o autor retrata a paisagem de uma cidade italiana que já visitou. As demais, como "A vista do Itaqui", que ele pintou após ir a Praia do Amor, são situações regionais que compõem o cotidiano e paisagens de São Luís e da terra natal do autor, Araioses. Todos os trabalhos têm dimensões a partir de 1m.

Segundo o autor, a peça que deu mais trabalho foi a pintura da Igreja da Sé, em tela de 1,20 x 0,90m, em que dedicou 8 dias. Mas a predileta é a "Praia da Guia", relatou.

Na crítica do artista Fábio Vidotti, amigo e incentivador, Beto é um artista de berço, mas como todo talento esperou a hora certa de desabrochar. Fábio relembra que Beto começou a se interessar por arte quando ainda era moldureiro e que apesar do talento precisou ser lançado, foi o que fez ao organizar a exposição na Pousada Colonial.

"Me identifico com Beto pela semelhança nas nossas obras, primeiro porque não economizamos tinta e por termos cromagens ricas. Admiro a forma como Beto combina cores, em cada pintura ele usa cores geniais. Ele é brilhante quando pinta cenas urbanas, apesar que as vilas são a cara dele", comentou Vidotti.

Lauro Privado, também artista plástico, destaca a simplicidade de Lima como um ponto forte, além da capacidade de surpreender com o paisagismo abstrato e específico. "Vê-lo se diferenciar mais ainda entre os artistas maranhenses é importante, pois muitos aprenderam a respeitar o trabalho dele", disse.