Marujada de Bragança se apresenta no Sonora Brasil

20/07/2011 às 00:00 por Viviane Franco

 

Cantando folias, rezando ladainhas e visitando casas de promesseiros em grande parte da região Nordeste do Estado do Pará e Maranhão, a comitiva paraense de São Benedito da Marujada de Bragança chega a cidade de São Luís para única apresentação no projeto Sonora Brasil realizado pelo SESC, neste domingo, dia 24 de julho, no Teatro Alcione Nazareth, às 18h, com entrada franca.

O grupo já visitou algumas capitais brasileiras como: Brasília, Goiânia, Manaus, Belém, e Palmas. Em São Luís, a Marujada vem trazendo na mala muita qualidade e autenticidade no que diz respeito à cultura musical nordestina. Após esta apresentação segue com programação agendada para as outras capitais nordestinas até o dia 12 de setembro.

A etapa do Sonora Brasil segue a temática Sagrados Mistérios: Vozes do Brasil, que apresenta repertório da música vocal presente nas festividades populares em devoção às entidades religiosas, como os cânticos das Caixeiras do Divino (MA). Em parceria com o Departamento nacional o SESC-MA tem como objetivo a formação de ouvintes Musicais e desenvolver programações identificadas com o desenvolvimento histórico da música no Brasil.

A Marujada, em Bragança, iniciou-se no ano de 1798, quando os senhores brancos atendendo um pedido de seus escravos, permitiram a composição de uma irmandade, para a realização da primeira festa em louvor a São Benedito. Como forma de reconhecimento e agradecimento aos seus senhores, os escravos foram dançar de casa em casa pelo povoado.  O movimento é caracterizado pela dança, cujo ritmo principal é o retumbão, tambor tocado desde a gênese da festa e que tem este nome justamente por   ser ouvido de muito longe, por “retumbar”.

Composta em sua maioria por mulheres, estas são responsáveis pela organização e direção, feitas por uma “capitoa” e “sub-capitoa”. Os cantadores Zezinho Brito, rezador há mais de 20 anos e encarregado por uma das três comitivas existentes; além de Mestre Zito, rabequeiro oficial, e Júnior Soares no banjo e violão, também compõem a marujada através da musicalidade. Segundo especialistas em folclore paraense, como o professor Dario Benedito Rodrigues, revelam que o Grupo é a principal manifestação cultural e religiosa do Nordeste do Pará.