O Teatro Arthur Azevedo recebeu o espetáculo Leve, do Coletivo Lugar Comum (PE), nesta terça (25). Com o objetivo de abordar as perdas de toda ordem que temos durante a vida e as formas de encará-las, a apresentação utiliza metáforas corporais e visuais, explorando os movimentos do corpo, cenário, iluminação, música e poesia, interagindo com a platéia.
O espetáculo Leve surgiu de uma perda autêntica. Maria Agrelli, umas das atrizes, enfrentou recentemente o falecimento da sua mãe e as fases do seu luto despertou um interesse sobre o tema em Renata Muniz, com quem ela contracena.
Toda a peça foi construída de forma a incorporar os sentimentos envoltos na morte, ressaltando as distorções e filtros que nos distanciam do nosso inevitável destino Mas falar de morte é também falar de vida. Segundo a atriz Renata Muniz, a interpretação está diretamente relacionada com a bagagem de cada espectador e o estado de espírito. “Tem pessoas que não enxergam a morte no palco, mas sim a luta pela vida. Cada um experimenta a peça à sua maneira”, explica.
Os movimentos, respiração e expressões foram intensamente explorados, sendo que a platéia assistiu ao espetáculo no próprio palco, sentado bem próximo da cena, permitindo a interação entre atores e espectadores. As palavras foram pouco empregadas na apresentação, vinculadas apenas às músicas e à poesia “Presença”, de Mário Quintana, que traduz perfeitamente “Leve”.O Coletivo Lugar Comum surgiu em 2007 apenas com uma modalidade: dança. Atualmente, o grupo pernambucano, que é composto por 11 pessoas, atua em vários segmentos artísticos: dança, música, artes cênicas e poesia. O espetáculo Leve conta com a participação de 4 componentes do Coletivo.
Texto: Amanda Machado
Foto: Geraldo Iensen
