A exuberância dos azulejos que revestem a maioria dos prédios que integram o acervo arquitetônico de São Luís é um dos atrativos turísticos da cidade. Lamentavelmente, parte desse patrimônio encontra-se em acentuado estado de abandono. Com o objetivo de chamar atenção para o assunto, o SESC realiza a exposição “Azulejos Vira-Latas”, no período de 10 a 25 de setembro, de 8h30 as 17h30, na galeria do SESC Administração. A vernissage da exposição acontece dia 10, às 18h30.
No Centro Histórico de São Luís existem centenas imóveis do período colonial e imperial. São solares, sobrados e outros tipos de edificações com azulejos de fachada oriundos principalmente de Portugal. Mas, apesar de toda essa riqueza de ter sido incluída, desde 1997, pela UNESCO, na “Lista de Patrimônio Mundial”, às vésperas do aniversário de quatrocentos anos da cidade é notável que o poder público não toma nenhum tipo de providência para mudar essa realidade. O objetivo da exposição é anunciar a falsa titulação de “Cidade dos Azulejos” e revelar as perdas completas ou parciais do patrimônio.
“Azulejos-Vira-Latas” apropria-se de metáforas e parábolas para compor esse campo pragmático das poéticas visuais, repleto de sarcasmos. O empenho estético desse projeto faz apologia à produção seriada da gravura e da estampilha do século XIX, técnica utilizada com propriedade nos azulejos das fachadas luso-maranhenses, e ao “deboche” contido nos capítulos do Pop Art do século XX.
As visitações acontecem no período de 10 a 25 de setembro das 8h30 às 17h30. Para agendamento de visitas é necessário ligar (98) 3216 3830.
SOBRE O ARTISTA
Paullo Cesar nasceu em Brejo de Anapurus (MA). Em 1974 iniciou seus estudos em Artes Plásticas no Centro de Arte Japiaçu, São Luís (MA), cursando desenho, pintura à óleo e cerâmica. Licenciado em Educação Artística, habilitação em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Maranhão UFMA, Especialista em História do Maranhão – UFMA – 2004. Atualmente faz parte do quadro de professores do Departamento de Artes desta instituição.
Em 1975, iniciou na pintura azulejar com o mestre Alyan, frequentando seu atelier como aprendiz, e posteriormente estudou cerâmica com o professor Nagy Lajos. Realizou sua primeira exposição individual foi realizada em 1984, com um conjunto de pinturas sobre azulejos, conjunto de obras intitulado “Fuga dos Azulejos”. Ao longo da sua densa trajetória, também experimentou outros materiais em suas produções, como tinta acrílica sobre tela, gravura em metal, linóleo e madeira, além de trabalhar linguagens conceituais e performances.
