12ª Aldeia Sesc Guajajara de Artes: diversidade cultural maranhense e brasileira

20/10/2017 às 13:33 por Amanda Machado

Realizada desde 2006, o evento se consagra como o maior do gênero no Maranhão.

     A Aldeia Sesc Guajajara de Artes chega em sua 12ª edição fortalecendo os laços comunitários entre artistas, espectadores e produtores. Realizada no período de 01 a 09 de novembro, nos municípios de São Luís e Raposa, o projeto busca inovar e diversificar o circuito cultural local com uma programação diversificada e híbrida nas linguagens artísticas artes visuais, artes cênicas, literatura, dança, circo e música, incluindo expressões da cultura popular local. Em 2017, a agenda ainda inclui o seminário comemorativo aos 20 anos de Palco Giratório, reconhecido como maior projeto de artes cênicas do país.

A Aldeia Sesc Guajajara da Artes é um lugar de acontecimentos estéticos, quer sejam eles contemporâneos, tradicionais ou mesmo híbridos. A ênfase na sistematização de ações e diversidade de propostas e o diálogo permanente entre público e produção são características que fazem dessa importante iniciativa do Sesc um dos maiores projetos culturais realizados no estado.

A 12ª edição da Aldeia Sesc Guajajara de Artes ocorrerá no período de 01 a 09 de novembro com uma programação que contemplará cortejo artístico, apresentações de espetáculos e performances em artes cênicas e artes visuais, shows musicais, exibições de filmes, narrações de histórias, exposição, vídeo arte e  ações formativas. As ações serão distribuídas em três turnos e atenderá espaços como teatros, praças e ruas em São Luís, Sesc Comunidade(Raposa), além de 06 escolas públicas de bairros descentralizados.

A música, um dos destaques da agenda 2017 da Aldeia Sesc Guajajara de Artes, apresenta ao público duas bandas com trabalhos autorais, independentes e reconhecidos nacionalmente, favorecendo o contato do público com uma produção que raramente participaria de circuitos comerciais. O show de abertura, no dia 01 de novembro, ficará a cargo do cantor e compositor paraense Jaloo, que com sua banda exibe a mistura do tecno com electro e ritmos latinos, levando como principal referência do trabalho a periferia, seja ela de Belém, do Brasil ou do mundo. A essência do seu trabalho é um hibridismo pós-moderno, um estilo musical nascido na periferia de Belém que é hoje o que há de mais vanguardista na música brasileira.

Nesta mesma perspectiva original e híbrida, o encerramento da 12ª Aldeia, no dia 09 de novembro, propõe a realização do show da banda Francisco, el Hombre  – uma banda multicultural, formada por dois mexicanos (os irmãos Sebastián e Mateo) e três brasileiros (Andrei Kozyre¬ , Juliana Strassacapa e Rafael Gomes). O grupo, estabelecido em Campinas/SP, tornou-se conhecido por faixas musicais que misturam salsa, samba, cumbia e maracatu. Em 2012 Francisco, el Hombre foi tema de um documentário produzido pela Pulse a Nova Música que conta a origem e o surgimento transcultural da banda. Em 2017 o grupo foi indicado ao Grammy Latino com a música “Triste Louca ou Má”.

 Nas artes cênicas, a realização do seminário comemorativo aos 20 anos do projeto Palco Giratório, com o intuito de ampliar os debates e formação, traz temas e discussões pertinentes para artistas e públicos e pela primeira vez São Luís receberá um espetáculo do circuito especial, bem como oficina e apresentação do repertório da Cia. Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz/RS, que além de outras ações apresentará o espetáculo “Caliban- A tempestade” na Praça Nauro Machado, no dia 08 de novembro.

Consolidado no cenário cultural brasileiro, o Palco Giratório é integrante da Rede Sesc de intercâmbio e difusão das artes cênicas. Ao longo de 19 edições levou uma grande variedade de gêneros e linguagens artísticas para um público diversificado em 9.526 apresentações em todo o país, entre grupos de teatro de rua, circo, dança entre outras linguagens artísticas — em instalações do Sesc, praças e outros espaços urbanos. As 32 Aldeias espalhadas pelo Brasil nasceram desse circuito, onde os espetáculos cênicos de circulação se intercambiam com espetáculos locais configurando importantes estratégias de desenvolvimento artístico numa via de mão dupla.

Ainda na linguagem artes cênicas, farão parte da programação 2017 espetáculos e intervenções e/ou performances, com destaque para a quarta edição da Mostra Sesc de Hip Hop, com os pilares da cultura hip hop:  o rap, através da discotecagem, o breakdance com apresentações individuais ou em grupos, além de batalhas de bboys e bgirls. A Mostra também contará com a presença do bailarino, diretor e coreógrafo Jean Mendes/PR, artista convidado que apresentará um “Showcase”, além de ministrar oficina durante a semana de realização da Aldeia, dando continuidade a um diálogo e intercâmbio iniciado na última edição da Mostra.

Fortalecendo a cadeia produtiva das artes no Maranhão, a produção local terá lugar de destaque na programação a exemplo dos espetáculos “Atenas: Mutucas, boi e body” da Cia. Santa Ignorância, “Cora dentro de mim plantando roseiras & fazendo doces”, shows com Dênia Correia, Banda Garatujos, performances poéticas com Tairo Lisboa, entre outros. O projeto inclui também em sua agenda espaços culturais alternativos mantidos por grupos locais e impulsiona iniciativas relevantes como a programação “Caia na rede” junto ao “Sarau de Segunda” do Coletivo O Circo Tá na Rua e noite cultural da Casa d’Arte/Raposa.

É a partir deste legado que a 12ª Aldeia Sesc Guajajara de Artes irá trazer reflexões com temas pertinentes ao cenário local e nacional, com um histórico de impactar a cadeia produtiva das artes. A programação da Aldeia que se estenderá por 09 dias, incluindo 12 horas de programação seguidas em seu ultimo dia (Over12), promete transformar a cidade em um grande palco cultural.