Cortejo Artístico dissemina cultura no Centro de São Luís

26/10/2012 às 00:00 por Viviane Franco

Uma exibição perpassada pela diversidade, beleza, talentos, criatividade, performances e muita cultura é o que o público maranhense presenciou no Cortejo Artístico da 7° Mostra Sesc Guajajara de Artes. Marco inicial do evento, o Cortejo desfilou e encantou comerciários e público presente na Praça Deodoro, Rua Grande e Praça Nauro Machado nesta quinta, dia 25 de outubro.

 

Em um verdadeiro caldeirão cultural, a variada comitiva foi puxada pela serpente viva do Grupo Cara de Arte, composta por 30 jovens atores. A gigante serpente faz alusão ao formato da Rua Grande. O desenvolvimento dos seus movimentos tinha como alvo os comerciários, que por meio da sua sinuosa dança representou um convite criativo à cultura popular.  O personagem faz parte da peça Serpenteando na Ilha, que conta a história da mais famosa lenda de São Luís. O grupo Cara de Arte participa da Mostra desde a primeira edição. Integrante do Projeto de Formação de Jovens Atores, quarenta jovens aprendem a arte e têm a oportunidade de colocar em prática seus conhecimentos. “A Mostra Guajajara contribui para a formação pessoal e profissional de cada participante. Comecei como aprendiz e hoje coordeno o Cara de Arte e ministro aulas de dança. A história da minha graduação está intrinsecamente ligada à trajetória da Mostra. Hoje posso compartilhar o conhecimento com outros jovens e ser um multiplicador”, explica Lêonidas Portela, responsável pelo grupo.

 

A comerciária Erisana Sousa se deparou com a exibição enquanto caminhava na Praça Deodoro. Encantada com as artes apresentadas, registrou o momento no seu celular. “Nossa cultura é muito rica. Está tudo muito bonito.”, afirma. Já o estudante Jairo Barbosa, que fez parte do Cortejo em 2010, não pode participar este ano devido ao trabalho, mas não deixou de prestigiar.
Contando com a participação de 13 grupos artísticos locais, a passagem do Cortejo alterou a movimentada rotina do Centro da cidade. O grupo GAMAR chamou a atenção do público com a figura da princesa Iná, suas oito crianças encantadas e uma saia de 56 metros que simbolizava o mar. Segundo a lenda do Boqueirão, os pescadores que desejassem navegar com tranqüilidade deveriam pedir permissão para a princesa. Wilson Chagas, diretor do GAMAR, defende que a Mostra é uma das poucas que abre espaço para pequenos grupos locais, dando visibilidade ao trabalho e possibilita a ampliação do conhecimento. “Todos os meus alunos com idade suficiente para participar das oficinas estão inscritos. Somos privilegiados por participar de um projeto que democratiza a arte e permite que jovens de escolas públicas tenham acesso à cultura”, explica. Cleane Melo, que trabalha na loja Planeta 7, revela que o Cortejo Artístico é muito interessante. “Difícil não se envolver com o ritmo e a beleza dos grupos”, esclarece.
E o Xangô Caô provou que cultura não tem idade. Grupo de tambor de crioula do Trabalho Social com Idosos do Sesc, as integrantes mostraram vitalidade e muita energia durante todo o percurso. Dona Maria José, de 85 anos, que dança no Boi Brilho do Sesc, fez questão de participar da abertura, apesar da sua apresentação está  agendada para esta segunda, 29.
A programação da 7° Mostra Sesc Guajajara de Artes acontece até o dia 01 de novembro, em diversos espaços da capital. Todos os eventos e atividades são gratuitos, mas quem quiser pode colaborar com o Programa Mesa Brasil Sesc, que complementa milhões de refeições de crianças e adolescentes de São Luís e Caxias, trocando 1 kg de alimento não-perecível pelo ingresso.