Teatro Sesc celebra o aniversário com duas sessões do espetáculo nacional “Um dia a menos”

01/11/2023 às 16:17 por Amanda Machado

Em novembro, o Teatro Napoleão Ewerton comemora mais um ano de trajetória cultural, democratizando o acesso a arte regional e nacional ao grande público. Inaugurado em 2018, a programação de aniversário traz para São Luís a atriz Ana Beatriz Nogueira com o espetáculo-solo “Um dia a menos”, do conto homônimo de Clarice Lispector. Com direção de Leonardo Netto, o monólogo será apresentado nos dias 10 e 11 de novembro, no Teatro Napoleão Ewerton.

Com duração de 50 minutos e classificação indicativa, a sessão do dia 10 de novembro acontece às 20h e do dia 11 de novembro às 19h. Os ingressos estão à venda na bilheteria física do Teatro Sesc nos dias 03 e 04/11, das 14h às 17h, no dia 10/11, das 14h às 20h30 e dia 11/11, das 14h às 19h30. Os valores são: R$ 40,00 (público geral), R$ 20,00 (comerciário e meia-entrada), R$ 36,00 (conveniado) e R$ 10,00 (funcionário). O público também pode adquirir os ingressos no www.sescma.com.br/cultura/teatro-sesc-napoleao-ewerton/

“Um dia a menos” é um dos últimos contos escritos por Clarice Lispector (1920-1977), já no ano de sua morte. O texto fala da solidão e dos muros que eventualmente levantamos, sem perceber, ao nosso redor.

Como que por um buraco de fechadura, acompanhamos a história desta mulher que é às vezes engraçada, às vezes patética, mas sempre de uma humanidade reconhecível por qualquer um. Uma mulher aparentemente normal, como muitas que vemos diariamente, conversando numa portaria, pagando uma conta num guichê de banco, comprando uma carne no supermercado.

“O que mais me atrai neste texto é a humanidade da personagem criada pela autora. Esta personagem que tem como árdua a tarefa de atravessar um dia inteiro. De uma humanidade, repito, reconhecível por todos”, explica a atriz Ana Beatriz Nogueira.

ESPETÁCULO

Margarida Flores (Ana Beatriz Nogueira) vive só desde que sua mãe morreu, na mesma casa onde nasceu e cresceu. A funcionária doméstica da vida inteira está de férias, não há mais ninguém por perto, e ela tem diante de si a árdua tarefa de atravessar mais um dia inteiro sozinha, dentro de casa. Ela cumpre seus rituais diários, esquenta sua comida, almoça, torce para que o telefone toque, e vai buscando o que fazer até a hora do jantar, quando finalmente anoitece e pronto, um dia a menos. Até que, esgotada pela repetição infinita, Margarida tem um rompante inesperado.

 “Um Dia a Menos, além de um espetáculo, ouso dizer, complexo na sua simplicidade, é também uma reafirmação da crença no poder de comunicação do teatro que, se resiste há cinco mil anos e sobrevive a todas as crises, é porque pode abrir mão de tudo, menos do humano. Do elemento humano, do questionamento humano, do pensamento humano. Ainda temos muito o que entender sobre nós mesmos. Esperamos estar contribuindo de alguma forma.”, diz o diretor, Leonardo Netto.