Sons indígenas do Rio Grande do Sul na programação desta terça do Sonora Brasil

30/07/2019 às 19:00 por Amanda Machado

Do povo Karitiana no Norte do Brasil ao povo Mbyá- Guarani no Sul, os cantos que marcam a cultura indígena há séculos ganharam destaque na edição 2019 do Projeto Sonora Brasil, uma das maiores iniciativas de circulação musical no país. Realizado até esta quarta-feira, dia 31 de julho, em São Luís, a programação do penúltimo dia promete contagiar o público com muitos sons e ritmos de dois grupos do Rio Grande do Sul.

O coral infantojuvenil Grupo Teko Guarani utiliza o mbaraká (violão) com cinco cordas: cada uma representa uma divindade Mbyá: Tupã, Kuaray, Karaí, Jakairá e Tupã Mirim. O ravé (violino/rabeca) possui três cordas e é considerado um instrumento de invenção indígena, posteriormente aperfeiçoado pelos juruá (não indígenas). O mbaraká miri (chocalho) e o angu´á pú (tambor) têm funções primordiais na sustentação do andamento e ritmo musicais, além da importância no estabelecimento da conexão com as divindades. Já o Grupo Nóg Gã utiliza as lanças de guerra como instrumento percussivo. Em contato ao chão, realizam simbolicamente uma demarcação e embasam ritmicamente as marcas coreográficas.

O grupo Nóg gã é composto por indígenas de diversas aldeias Kaingang da região de São Leopoldo no Rio Grande do Sul. Os Kaingangs habitam o Sul e o Sudeste do Brasil há séculos. Através das pinturas corporais, utilizando linhas e formas circulares, é possível identificar quem são os Kamé (marcas compridas) e os Kairú (marcas redondas). Esta distinção definirá as formas de relacionamentos e contato entre as duas partes. Durante a apresentação realizada no Sonora Brasil, os Kaingangs utilizarão as lanças de guerra como instrumento percussivo. Em contato ao chão, realizam simbolicamente uma demarcação e embasam ritmicamente as marcas coreográficas.

O Sonora Brasil possibilita à população o contato com a qualidade e a diversidade da música brasileira e contribui para o conjunto de ações desenvolvidas pelo Sesc visando à formação de plateia. Para os músicos, propicia uma experiência ímpar, colocando-os em condição privilegiada para a difusão de seus trabalhos e, consequentemente, estimulando suas carreiras.

Data: 30 de julho/2019 (terça-feira)
15h – Animação: A História de Zahy (Dir. Otoniel Oliveira)
8 min, 16 anos
17h – Debate
Mediador: Fábio Azevedo 
Local: Sala de Vídeo Sesc Turismo, São Luís – MA

15h30 – Cine Sesc: Terra Vermelha de Marco Bechis
105 min,10 anos
Mediador: Fábio Azevedo
Local: Sala de Vídeo do Sesc Turismo, São Luís – MA
18h – Sonora Brasil – A Música dos Povos Originários do Rio Grande do Sul

Grupo Teko Guarani do Povo Guarani Mbya (RS)
Grupo Nog GÃ do Povo Kaingang (RS)
Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA
19h – Debate após apresentação com Trajeto Percorrido pelo Grupo Nog GÃ do Povo Kaingang e Trajeto Percorrido pelo povo Grupo Teko Guarani do Povo Guarani Mbya
Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA